Perante a angustia da dor e o terrível nascer e morrer das coisas, o Ocidente inventou múltiplos remédios. Antes de tudo a fé em um deus eterno, que sustenta o mundo e repara a dor. E depois um aparato científico que usa para as suas vantagens o futuro das coisas, manipulando-as. Fé e ciência são os dois lugares nos quais o Ocidente desenvolveu a sua força. Para a ciência e a técnica hoje se pede aquilo que no passado se pedia para deus: saúde, força, felicidade e salvação. A técnica é o último deus, o último demiurgo, a última tentativa de dominar o mundo e domesticar o horror da morte. A história do Ocidente é a história que repete um idêntico e antigo gosto: a paixão ou a loucura com a qual Adão desejou ser semelhante a deus.
Quem sou, sinceramente, estudante de sociologia, daquelas pessoas que para sempre terão que conviver com a pergunta da vizinha: mas o que você faz mesmo? Leitora viciada e jogadora de xadrez aposentada.
Nasci para escrever. A palavra é meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que, foi esta que eu segui. Talvez porque para outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós.
Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas" Clarice Lispector
Nenhum comentário:
Postar um comentário