sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

.Sorrir.


No dia que julgava tristeza eu era pequena e não sabia. Todo escritor, seja grande ou invisível, fita com a aflição. É a ênfase no sofrimento. Entretanto, desde aquela flor azul os rumos entortaram, seguiram para outro vale, e certamente ali seria feliz. Ou parecia que poderia ser feliz. Era um presságio. Somos tentados a duvidar das coisas, depois de uma série de acontecimentos, nem tão fúteis, nem tão singelos, tampouco banais, somos tentados... Depois pensara que não se deseja nada, felicidade é uma abstração frustrante, como um projeto de perder peso. Mas o encantamento, esse não se nega e, quem sabe, um dia ele bate a porta da Felicidade e adentra no cômodo ilusório do Amor. Desde que fizera alguns aniversários foi fácil perceber que pessoas são envolventes (cada um a sua maneira) e que nos agrega (cada um com seu potencial), um aprendizado distinto. Eu havia aprendido muitas coisas, mas aprendizado sempre é pouco. O corpo envelhece, a vida passa, com sorte a mente continua ativa, se fortalecendo, se abrilhantando. As emoções, essas difíceis de esconder, vão aos poucos sorrindo sem necessidade, sorrindo com necessidade, buscando sorrir. É a tentativa do ser feliz. Arriscando um contato, um afeto, quem sabe um Amor.

LG