terça-feira, 11 de dezembro de 2012

.Um filme de terror na sua gestação.

Era uma tentativa dela de arrancar meu medo dos filmes me colocando dentro deles

Stop Motion Animator...

É divertido brincar de ser gênio e sentir um pouco o drama do Burton. Deveria ter um marcador "meus videos".

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

.Isso eu sempre soube.



Uma hora dessa e ainda não dormiu? Não. Me diga como é possível dormir com essa barulhada? Que barulhada? Esse barulho, Alfredo. Que barulho senhora? Não escuto nenhum barulho! Não tem barulho senhora, não tem barulho senhora, pare de ficar repetindo isso e me sirva um chá. Mentiroso. Amanhã você precisa dar aquelas aulas logo cedo. Éh, eu sei. E precisa entrar no colégio sem olheiras. Haram, eu sei. E seria legal se mantivesse um certo sorriso, algo mais amigável. Tá! E sabe aquele seu vocabulário, está muito pesado, poderia dar uma maneirada. Vou tentar. É final de ano, deveria ter entrado naquelas brincadeiras de tirar nomes e trocar presentes, com salgadinhos. Com salgadinhos? Está me punindo Alfredo? Querendo que eu participe daquelas festinhas e que assista um trombar no outro e ir desencadeando empurrões até a coca-cola derramar em mim, está mesmo me desejando uma festinha de nomes trocados e salgadinhos frios? MEUDEUS, como você já foi melhor Alfred. Nem consigo mais te chamar de uma coisa só, fico variando pra manter um ar suportável. Quer saber, pode me deixar aqui mesmo na cozinha que termino meu chá. Vai amanhecer. Veio aquela música na cabeça. “Corre alta Severina noite, no ronco da cidade uma janela assim acesa”, essa música é bem sexy, além de bem perturbada. Conhece essa música? Não, boa noite. Falando em perturbada é possível descrever uma cena de amanhã. Enquanto procuro um presente para o meu amigo secreto, nada agradável, encontro uma amiga de longa data. Oi, como vai? Bem e você? Bem também. Andei lendo seu blog. Aé, que bacana. Aquele seu personagem, Alfred, Alfredo, não sei, é bem interessante. Alfred não é um personagem. Ah, não é um personagem? Não. Então está me dizendo que tem um mordomo e que toma café das 5 às avessas com ele? Isso mesmo. E que às 5 da manhã tem barulho e estardalhaço no seu prédio? Exatamente. E que esse presente é para o tal amigo secreto do texto que eu vou participar? Perfeito, que inteligente você. E que está com essa blusa preta porque está com medo que derrubem refrigerante em uma mais clara? Muito bem. E o que mais tem a me dizer? Além de você ser uma personagem e não existir de fato, tenho a dizer que é um tanto quanto incomoda, e que errei em ter te criado ontem de madrugada. Barulho, mordomo, chá às 5 da manhã, eu como sua personagem, éh, realmente você pirou. Deveria ter criado alguém melhor? Deveria ir dormir criador e parar de falar comigo-criatura que não quer mais falar com você. Acho válido. Autora? Oi! Só mais uma pergunta, esse Alfred-Alfredo, você só o escuta ou também o vê? Não escuto e não vejo, está menosprezando minha capacidade de criação? Não, mas você disse que ele era real. É, eu disse. Então eu gostaria de saber até que ponto chega a existência dele. Isso é fácil, até onde chega a sua. Mas eu existo, veja. Então pronto. Senhora vai mesmo publicar um conto onde uma estranha questiona se eu existo? Vou. Isso é um absurdo. Você não se despediu para dormir? Sim, mas agora estou ouvindo o barulho. Viu, eu disse.
LG

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

.Perdi a compostura.



Ao som de Doom and Gloom. Sim, os fones de ouvido. Ah, os dois dedos de vodka já não existe mais. O amor existe, mas é construção humana. Suspense.  Pra que amor minha gente? O coitado lá do homem, qual o nome dele mesmo? Niemeyer. Não morreu todo cheio de amor pelo mundo e pela vida? Já deve estar meio verde, meio pobre, com os vermes agitando a festa. Eu gostava dele. Dizem por ai (uma fonte não muito confiável na mesa de um bar). Arquiteto. Mas bêbado. Que o defunto adotava uma política maluca e, ao mesmo tempo, maravilhosa para o seu escritório. Funcionava assim, todos os funcionários, quer dizer, todos os “colaboradores” (porque é mais in e a pessoa não se sente explorada). Então, todos os colaboradores deveriam chegar às 9 da manhã e teriam 1 hora para tomar café todos reunidos e discutir filosofia, sociologia, atualidades e coisas do mundo minha nega, (essa frase me lembra Nara Leão – coisa do mundo, escute se quiser), que fantástico, que fodástico o tio. Deu uma trovoada agora e acabou a energia. Bem feito. Ninguém mandou ficar escrevendo sobre defunto. Agora fica ai sem internet, com o computador piscando avisando que vai desligar. Ainda se essa chuva refrescasse, mas nem isso. Pede para o titio Nie que chegou lá em cima para mandar chuva boa aqui pra baixo, e para não esquecer de maneirar na trovoada porque elas derrubam a rede e as pessoas ficam sem instagram, twitter, facebook, e morrem também. Vai congestionar tudo lá em cima se desligar a internet aqui embaixo. O povo se mata viu, estou avisando. Todo mundo hoje é meio auto-destrutivo mesmo, gente de bravura. Há-há. Devolvam a internet porque acabou a graça e o 3G é realmente insuportável. Triste fim para um triste conto direto do mundo da lua? Não, esse já foi usado em programa de tv. Direto do mundo da vodka, não, muito bebum. Direto de um diário moderno. Está bom esse mesmo.
LG

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

.Um texto sobre o sexo.



Falei pra ela que escreveria um texto assim. Estou com as mãos ressecadas, cadê seu lubrificante natural? Que coisa baixa de Hilda Hilst, que coisa safada de Bukowski, que coisa mais sem coisa, ou, que coisa mais cheia de coisas fluidosas. Que palavras novas que saem da sua boca, dos seus dedos, dessa cabeça curtida e apodrecida na realidade. Tudo natural minha gente. Vão ficar ai fazendo cara de nojinho e dando o rabo para qualquer um que conheceu na boate? Pelo menos mantenham a compostura, leia tudo até o final, e digam suspirando, ah! que moderno. Que moderno mais hipócrita, que moderno mais sem novidade, ah que moderno saco, moderno fraco, moderno oco. Vai começar a falar do oco novamente? Vai ter que falar do rabo e terá que falar da coisa. Que coisa? Aquela coisa que as gentes não falam. Que gente normal tem vergonha. Só escrevem de amorzinho, de felicidadezinha, de beijinho, que bonitinho texto de gente bonitinha. Mas ela me disse que tem essa coisa de monte e que posso ir buscar quando quiser. Viu só. A geração não está perdida, nem minhas mãos.
LG

.Um texto sobre o amor.



Vieram perguntar se o whisky havia acabado, e se o amor também. Sim, o whisky acabou, eu disse. Depois perguntaram se o vinho havia acabado, e se o amor também. Sim, o vinho acabou, eu disse. Continuaram perguntando se o Rum havia acabado, e o amor também. Nunca tive Rum, eu disse. Insistiram perguntando se a Vodka acabou, e se o amor também. Vodka ainda tem dois dedos, eu disse. Acabou o rivotril, e o amor também? Rivotril tem bastante, eu disse. Consultaram toda a cartela de lícitos e ilícitos, só para tirar informações sobre o amor QUE VAI BEM.
LG

.Um texto esquisito.



Tem uma música ruim tocando em um programa na tv, o volume está alto e quem escuta isso pensa: - olha que incrível, a mocinha gosta de música boa também. Esse também é irônico porque nunca escuto essas músicas “boas”. Porque música ruim é boa para os outros e música boa os outros criticam. Ai o recurso é o seguinte, como não conseguem ver o fone de ouvido e coisa boa tocando dentro da cabeça, eu fico de normal, quando na verdade sou superesquisita. É uma forma de burlar o sistema, de ser esquisita de verdade. Ser esquisito no nosso tempo é bem melhor que ser normal. Porque convenhamos, não preciso explicar. Esses dias, em uma dessas caronas, começou tocar música boa, e a carona, abusada, disse: - mas que músicas esquisitas, de gente esquisita, música velha de velhos esquisitos. Mas era Chico Buarque e na sequência vinha Edit Piaf, depois os Stones, PELOAMORDEDEUS, é pecado chamar esses de esquisitos, então, inverti o vocabulário, tudo que é esquisito é aceito e o resto é resto mesmo. Colei um adesivo grande: se quiser carona aqui toca música esquisita. Ninguém nunca mais pediu.
LG