Tem uma música ruim tocando em um
programa na tv, o volume está alto e quem escuta isso pensa: - olha que incrível,
a mocinha gosta de música boa também. Esse também é irônico porque nunca escuto
essas músicas “boas”. Porque música ruim é boa para os outros e música boa os
outros criticam. Ai o recurso é o seguinte, como não conseguem ver o fone de
ouvido e coisa boa tocando dentro da cabeça, eu fico de normal, quando na
verdade sou superesquisita. É uma forma de burlar o sistema, de ser esquisita
de verdade. Ser esquisito no nosso tempo é bem melhor que ser normal. Porque
convenhamos, não preciso explicar. Esses dias, em uma dessas caronas, começou
tocar música boa, e a carona, abusada, disse: - mas que músicas esquisitas, de
gente esquisita, música velha de velhos esquisitos. Mas era Chico Buarque e na sequência
vinha Edit Piaf, depois os Stones, PELOAMORDEDEUS, é pecado chamar esses de
esquisitos, então, inverti o vocabulário, tudo que é esquisito é aceito e o
resto é resto mesmo. Colei um adesivo grande: se quiser carona aqui toca música
esquisita. Ninguém nunca mais pediu.
LG
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