Falei pra ela que escreveria um texto
assim. Estou com as mãos ressecadas, cadê seu lubrificante natural? Que coisa
baixa de Hilda Hilst, que coisa safada de Bukowski, que coisa mais sem coisa,
ou, que coisa mais cheia de coisas fluidosas. Que palavras novas que saem da
sua boca, dos seus dedos, dessa cabeça curtida e apodrecida na realidade. Tudo
natural minha gente. Vão ficar ai fazendo cara de nojinho e dando o rabo para
qualquer um que conheceu na boate? Pelo menos mantenham a compostura, leia tudo
até o final, e digam suspirando, ah! que moderno. Que moderno mais hipócrita,
que moderno mais sem novidade, ah que moderno saco, moderno fraco, moderno oco.
Vai começar a falar do oco novamente? Vai ter que falar do rabo e terá que
falar da coisa. Que coisa? Aquela coisa que as gentes não falam. Que gente
normal tem vergonha. Só escrevem de amorzinho, de felicidadezinha, de beijinho,
que bonitinho texto de gente bonitinha. Mas ela me disse que tem essa coisa de
monte e que posso ir buscar quando quiser. Viu só. A geração não está perdida,
nem minhas mãos.
LG
2 comentários:
Gosto muito quando incorpora a Hilst, pena que com você não tem conversa nem espaço é isso aqui que você dá e fim. Eu vejo todo dia
Sentiu o silêncio desta noite ?
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