Leva muito tempo pra gente se
recompor. Deveria começar assim. Porque leva mesmo. Falei solto do filme,
joguei o nome ali e não dormi mais. Flor do Deserto. Um soco na boca do
estômago. Também fiquei digerindo seu caso, Recife anda conturbado. Poderia fazer
pontes aéreas, já disse. Como vai sua tese? Defendeu? Se defendeu? Por que a
estrela cadente dessa vez não fui eu? Isso dá rima. Serve dizer que aqui a
agitação também permanece, que o trabalho aumentou, que o dinheiro no final do
mês é o mesmo e as noites mais longas? Que besteira. Talvez por isso Hilst
queria entrar em um poço. E meu fluxo-floema ficou de lado. Que pecado meu
deus. “É de bom tamanho, nem largo nem fundo”. O que? O poço! Mas não era a
cova? Não. Nesse contexto é o poço. Falando em poço, liquidez, voltei a pensar
no clitóris mutilado do deserto. Talvez por isso filmes de terror deveriam ser
proibidos, esse do clitóris não é de terror, mas essas cenas ficam na cabeça da
gente, depois acaba o rivotril e o prozac e ai? Ai melou. Têm helicópteros
sobrevoando a cidade, filme de ação pode? Se amanheceu e você não pregou o olho
e deu a hora de trabalhar, faz o que? Chega e fala assim: olha, vi um filme
dias desse, e não consigo mais dormir de noite, fico refletindo de noite e “tenho
muito sono de manhã”, isso justifica eu voltar pra casa e dormir a manhã toda
sem somar uma advertência trabalhista? Acho que não mocinha. Vixi, vixe, ai
melou de novo. Isso aqui vai ficar tão mais deprimente com esses relatos. Ia me
esquecendo, gostei do seu novo blog, obrigada. Clitóris mutilado e olho
pregado, só tenho isso pra hoje. Boa tarde!
LG
LG
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