quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

.Isso do atrevido.



Tive a impressão que a noção de pertencimento a esse novo quarto veio agora, antes estava recusando a posição da cama, reclamando da claridade, falando mal da falta de espaço, mas parei para pensar que não são todos que possuem o distinto privilégio de acordar de madrugada com pingos de chuva caindo sobre o rosto, e correr para não se molhar mais. Tão pouco erguer a persiana e se deparar com uma janela cheia de pontos de luz e uma escuridão cor preto infinito. “Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo”, Fernando Pessoa. Por aqui as leituras rendem até de madrugada, ou até mais de madrugada.

Isso do não saber à hora,

essa do fingir não ver,

isso do sem compromisso,

essa do mau costume.

Isso do querer dividir,

essa do improvável,

isso do ser reflexivo,

essa do ser solitário.

Isso do sem fim,

essa do sem sono,

isso do refrescante,

essa do resfriado.

LG

Um comentário:

Anônimo disse...

Gosto muito d(isso)...