quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

.Cap II - Movimento "cuspa nos teístas"?



(Propício)

MOVIMENTO CUSPA NOS TEÍSTAS

Toda vez que você vir um teísta na rua, cuspa nele! Trate-o mal, com desdém e superioridade, como se ele fosse um pária. Se você achar que é pouco então espanque um de vez em quando, porque ele é do demônio, então como é um ser 'humano desqualificado', não há nenhum problema em maltratá-los." E se eu fizesse esse discurso em minhas reuniões, no meu clube particular, e as pessoas começassem mesmo a fazer isso? E se os teístas começassem a ser tratados como os gays são tratados hoje em dia? Espancados por pessoas que acreditassem que eles merecem apanhar por serem "estranhos", "errados", "diferentes"? E se eu creditasse isso, por exemplo, ao fato de que 92% dos criminosos nos presídios acreditam em Deus? Logo quem não acredita tem menos chance de cometer crime, então se matarmos todos que acreditam em Deus, os presídios ficarão mais vazios e a sociedade, portanto, muito melhor! Eu poderia até dizer que matando quem acredita em Deus eu os ajudo a chegarem mais rapidamente no reino dos Céus, que eles tanto querem ir... Então seria isso! Temos muitos bons motivos para matar teístas e eles vão, no fim, se dar muito bem morrendo! Que maravilha! Todo mundo sairá ganhando! Eles, porque estarão com o Pai antes do que pensavam; e nós, porque estaremos livres deles! Oh, que paz! Não haveria mais Guerra Religiosa, atentado terrorista, presos na cadeia, e as pessoas poderiam ser livres para viver em uma sociedade que não recriminaria ninguém. Onde todo mundo seria respeitado pelo que faz, e não por acreditarem ou não num livro de um Deus qualquer que seja. Vocês não se sentiriam perseguidos? (Tem uns religiosos que eu conheço que já se sentem perseguidos vivendo numa realidade bem menos vil que essa que eu desenhei aí em cima...) E se eu disser, diante dessa realidade hipotética, em que os teístas são párias, que isso é somente o meu direito constitucional de "não concordar com o fato de eles acreditarem em Deus"? E se eu disser que é o meu direito de "dizer que eles merecem tudo de ruim que acontecem com eles"! Vocês achariam razoável eu fazer esse tipo de propaganda? Então pensem nisso antes de dormir e reflitam se não seria melhor a Igreja dizer em seus cultos, para a população, que ela não concorda com as pessoas serem homossexuais, mas que eles merecem respeito do mesmo jeito. E que um crime contra eles por razão de preconceito é tão grave quanto um crime contra um negro por razão de preconceito, ou um crime contra um pobre por razão de preconceito. Que preconceito é ruim por qualquer razão que seja, e que mesmo não concordando com eles sendo homossexuais, devemos respeitá-los como seres humanos que são, e deixá-los viver a vida deles como eles queiram. Que se dois deles, homossexuais, quiserem viver entre eles, casados, é problema deles. Que eles, segundo o entendimento da igreja, estão pecando, mas é problema deles, quem pagará pelo pecado são eles. E que eles estão fazendo uso do livre arbítrio que Deus deu a eles. E não estão fazendo mal nenhum a ninguém, no máximo a eles mesmos (na opinião da igreja). Pronto, eu me expressei sem estimular o ódio, o preconceito e, claro, sem aquilo que é a pior coisa que um fiel a Deus pode ter: a arrogância. Arrogância de se achar melhor que eles porque eles pecam... E daí? Você também peca! Todo mundo peca... Vocês tratam um homossexual com mais desprezo e intolerância do que tratam o bandido que cometeu um crime, que matou alguém (o que segundo Jesus é o pior crime que se pode cometer). Isso é certo? Foi isso que Deus disse? Por acaso Deus disse que se você vir alguém em pecado, você deve ter preconceito contra ele? A igreja deveria dizer que o verdadeiro mérito do teísta é tratar um homossexual bem e não tratá-lo mal... Ou estou errado? Jesus teve preconceito contra algum pecador? Ele deixou de sentar-se a mesa com alguém ou deixou de dividir o pão com alguém porque este alguém pecava? Ele curou um cego, um paralítico, multiplicou pão, transformou água em vinho, mas há na Bíblia alguma passagem em que Jesus recriminou ou se deu ao trabalho de interferir na orientação sexual de alguém? Se o objetivo da religião cristã é seguir os passos do mestre Jesus, então o caminho da "não aceitação" às decisões dos outros, ou a “não aceitação” da forma como eles farão uso do próprio livre arbítrio, é o caminho oposto ao que Jesus queria para o seu rebanho. Não é? E deixo vocês com um pensamento que poderia justificar se fazer tudo de ruim contra qualquer seguidor de qualquer religião do mundo: "Naturalmente boas pessoas farão coisas boas, e más pessoas farão o mal; mas para convencer boas pessoas a fazerem o mal: nada, até hoje, se mostrou mais eficiente que a religião."

Glaucio Coutinho – Em resposta à Igreja Universal - Um amigo não só das horas boas, mas aquele que também te auxilia nas horas ruins.

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