Cuidando dela que anda em outro mundo...
Adentrou-se nos claros da janela, as mangas do tecido rosado iluminaram-lhe a cara, olhei-a, e não era mais velha, tinha a pele colada aos pomos do rosto, tinha um encanto, uma soberba no porte, e começou a cantar canção desconhecida, sem palavras, lamentos muito graves que de repente cresciam abrandados, uivo de ventos, melodia como para exprimir o alvor da madrugada e o canto dos galos que coisa o teu cantar, de onde vem?
Hilst, H. Tu não te moves de Ti. SP: Globo, 2004. (p.71)
2 comentários:
de onde vem?
É, de onde vem? Me diz? De onde vem tanto encanto, que faz com que o meu pensamento seja somente seu durante os dias. Que me faz perder noites de sono para ficar em sua companhia. Que mesmo quando adormeço me acompanha nos sonhos, por mais loucos que sejam.
E ao amanhecer, com todo carinho do mundo, me desperta com as mais belas poesias.
É... minha doce amada, desperta!
Já me tens por inteira.
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