- Queres voar? Queres trocar o moroso das pernas
Pela magia das penas, e planar coruscante
Acima da demência? Porque te vejo às tardes desejosa.
De ser uma das aves retardatárias do pomar.
Aquela ali talvez, rumo ao poente.
Então aproximou-se rente ao meu pescoço:
- Esquece texto e sabença: as cadeias do gozo.
E labaredas do intenso te farão vôo.
Hilst, H. Do Desejo. p. 77
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