sábado, 15 de maio de 2010

E enfeixando energia, cintilando. Fez de nós dois um único indivíduo.


- Queres voar? Queres trocar o moroso das pernas

Pela magia das penas, e planar coruscante

Acima da demência? Porque te vejo às tardes desejosa.

De ser uma das aves retardatárias do pomar.

Aquela ali talvez, rumo ao poente.

Então aproximou-se rente ao meu pescoço:

- Esquece texto e sabença: as cadeias do gozo.

E labaredas do intenso te farão vôo.


Hilst, H. Do Desejo. p. 77

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