sábado, 26 de setembro de 2009

.O problema não é de hoje.

Somos tentados dia-a-dia a demonstrar desconfiança aos modelos abstratos e puramente teóricos, questionamos a ciência e sua tênue linha com a proposição, mas, se algo nos incomoda de maneira tão profunda, devemos, ao menos, buscar meios para driblar o emaranhado de cientificismo e academicismo em vigor. O fato é: como?

Como aproximar a produção científica e, por conseguinte, seus teóricos, das necessidades imediatas? Pensemos senhores, a redoma pela qual se circunscreve inúmeros cientistas se mostra tão impermeável quando os problemas mais gritantes da modernidade. Façamos um exercício mental, como combater o chamado “círculo vicioso” da pobreza ou da riqueza, ou da miséria absoluta, se os trabalhos, as teses, se quer os reconhece como tais.

Se a equação estiver certa: “não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”, estamos no caminho. Resta saber quem e quantos são esses, um, dois, um grupo. Resta saber.

Lg



6 comentários:

Doce disse...

Digo com propriedade que esta é a postura que a sociedade espera do cientista. Precisamos de propositivos e que estes detentores coloquem o conhecimento a serviço da população, pois mesmo que a sociedade tenha que se estabelecer por meios próprios a mesma, contando com luzes nos túneis, pode achar o caminho mais rapidamente.

Eliel Machado disse...

Esta reflexão é muito importante. Excelente iniciativa. Apenas acrescentaria o seguinte, pensando nas ciências sociais: se uma teoria social não servir para entender o mundo em que vivemos e como transformar as suas mazelas (como o velho Marx sugere nas teses sobre Feuerbach), ela só serve para amaciar o ego de quem a formula. Nesse caso, nem sei se poderíamos chamá-la de teoria social.

Cintia de Faria disse...

"São muitas as motivações de um pesquisador. Mas o fundamental é ter confiança na própria imaginação e saber usá-la. Essa confiança significa a percepção de que se pode intuir uma realidade da qual se conhece apenas um aspecto, à semelhança do que faz um paleontólogo. O valor do trabalho do pesquisador traduz, portanto, a combinação de dois ingredientes: imaginação e coragem para arriscar na busca do incerto. Isso me leva a fazer a seguinte afirmação: a ciência é construída por aqueles que são capazes de ultrapassar certos limites que hoje são definidos pelo mundo universitário. Daí a tendência ao predomínio dos "produtos enlatados" que estão na base do prestígio do saber acadêmico. Por motivos que não cabe abordar agora, muitas pessoas de talento se frustram no mundo universitário."

Celso Furtado

Wilson Guerra disse...

São as perguntas E as respostas que movem o mundo. São dois instantes diferentes do mesmo processo. Uma não é nem mais nem menos importante que a outra. Apenas na ordem seqüencial no decorrer do processo é que a pergunta vem, obviamente, primeiro. Isso não significa que ela (a pergunta) tenha grau de importância diferente.
A única excessão na importância sobre a ordem seqüencial é a sobremesa, que é sempre melhor que a refeição principal hauahauahaa.

Wilson Guerra disse...

Nossa, essa foi terrivel!

Lg. disse...

Wilson queria comentar seu recado, acho que vc se ateve a minha metáfora e esqueceu a mensagem principal que era a proposição científica rss