domingo, 27 de setembro de 2009

.O homem tornou-se um animal confidente.

Na esfera mais cotidiana e nos ritos mais solenes: confessam-se os crimes, os pecados, os pensamentos e os desejos, confessam-se passado e sonhos, confessam-se a infância; confessam-se as próprias doenças e misérias; emprega-se a maior exatidão para dizer o mais difícil de ser dito; confessam-se em público, em particular, aos pais, aos educadores, ao médico, àqueles a quem se ama; faz-se a si próprios, no prazer e na dor, confissões impossíveis de confiar a outrem, com o que se produzem livros. Confessam-se, ou se é forçado a confessar?



Um comentário:

Lg. disse...

A obrigação da confissão já está tão profundamente incorporada em nós que não a percebemos mais como efeito de um poder que nos coage.