quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

VIDA


Alturas, tiras, subo-as, recorto-as
E pairamos as duas, eu e a Vida
No carmim da borrasca. Embriagadas
Mergulhamos nítidas num borraçal que coaxa.
Que estilosa galhofa. Que desempenados
Serafins. Nós duas nos vapores
Lobotômicas líricas, e a gaivagem
se transforma em galarim, e é translúcida
A lama e é extremoso o Nada.
Descasco o dementado cotidiano
E seu rito pastoso de parábolas.
Pacientes, canonisas, muito bem-educadas
Aguardamos o tépido poente, o copo, a casa.

Ah, o todo se dignifica quando a vida é líquida

4 comentários:

Anônimo disse...

vida, sentidos, viver e sobreviver. Lembrei-me da sua tese sobre Sócrates.

Anônimo disse...

coração valente, não!?

Anônimo disse...

porque você está mal?

Anônimo disse...

Aguardamos o tépido poente, o copo, a casa.

Digno!