sexta-feira, 13 de maio de 2016

.Relincho de amor, malgastado porque o escutar se faz em ouvidos velhos.

Começo a sentir o galope da minha música, cascos rompendo um linho de teia, cada um de nós tem a sua dileta melodia, sabe abrir-se e fechar-se, lentidão de sanfona, rapidez de fole, a música do seu corpo, da sua fala, do seu caminhar deixa rastro nos ares do sigilo e pergunta, nunca se sabe até onde o último sonido, pensamos agora vai terminar, último acorde, e atrás de nós outra vez os pisados de lebre, roçar leve nos capins, perguntamos cantaste? Ela responderia: lá dentro sim. E a música continua nos olhos, no ficar parada, no encostar-se à janela.


Hilst

Nenhum comentário: