domingo, 29 de maio de 2016

.Dow Jones.


Estou aqui rodeado de convenções. Hoje de manhã uma mocinha, bem convencional, de uma convenção de informática, me perguntou de qual convenção eu era. Disse que era da convenção dos escritores e senti que ela não acreditou. Tentei uma segunda: estou em convenção comigo mesmo. Ela não entendeu. Tá difícil o nível aqui, como convém. Sei que não é nada convencional ficar na beira da praia bisbilhotando convenções alheias. Mas sou um profissional, já disse. Profissional da curiosidade. Tenho curiosidade por essas pessoas que conseguem trabalhar juntas. Ficam lá na salinha ouvindo o chefe ensinar, pasmas. Como prestam atenção! Tem tanta coisa boa pra se aprender na vida e ela aprendendo logo aquilo? Será que quando ela voltar, ainda com o barulho do mar lá fora, vai perguntar para o namorado, toda cheia de sabedoria: - Você sabe o que aconteceu com o Dow Jones? E se o namorado disser que nem sabe quem é esse sujeito, vai dançar. As convenções existem é pra isso. Como seria uma convenção de escritores? Uma fogueira de vaidades? Testemunhas de acusação? Um álbum de família? A mãe? O filho pródigo? Um encontro marcado? Um jogo de amarelinha? Uma alquimia? Ou seria uma utopia e uma peste?

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