sexta-feira, 8 de abril de 2016

.Quem do mundo a mortal loucura, cura.

The Best of Blue. Tem como começar melhor? Não. Podemos melhorar aos poucos, mas ao som de Miles Davis 1959 – Kind of Blue, parece mesmo que a coisa começou certa. É sexta, todo mundo espera alguma coisa de uma sexta a noite. Do sábado Lulu espera mais, Rá. Entretanto é sexta, blues, whisky (uísque para abrasileirar), folha em branco, parece aquele pedacinho do céu. Do meu, porque alguns achariam esse meu céu tedioso. Tem papel no céu, Teístas? Se não tem acabou a graça celeste. Tem Blues? Jazz? Rock? Tem que ter, gente. Tem que ter fone de ouvido no céu também e o pessoal não pode ter sexo, genitais, vontades, etc. Quem deu deu, quem comeu comeu, morreu? Não dá nem come mais, a-ca-bou a palhaçada. Vira tudo amiguinho, por isso dá tempo de brincar com leão, pentear ovelha. Hmmmm. Parece tão agradável. Dave Brubeck é agradável – Take Five, parece ter saído de um filme policial, estilo Sherlock. Os bares estão cheios de pessoas desagradáveis, tentando disputar com outras pessoas que vida vai melhor. Bukowski era sujinho, mas não é porque é descuidado que não sabe das coisas, Buk trocava um bar por uma garrafa em casa e sua vitrola: “o uísque é o cão engarrafado”, reflita. Estou lendo um livro do Orwell, na sua biografia diz que ele era totalmente contra homessexuais, coisa estranha, hoje o mundo está dividido entre contra e a favor de quem quer transar com pessoas do mesmo sexo, antes o mundo se dividia contra ou a favor de pessoas negras e brancas juntas, polêmico essas coisas, debates tão datados. Do tipo que você se posiciona depois se arrepende. Fiz uma vela cítrica com laranja e cravos, linda linda, mas me senti meio hippie, como sei que não tenho vocação para isso fiquei mais tranquila. Que medo do rótulo. Quem precisa de bar com papel, caneta, lápis e silêncio (em casa). Si-lên-cio. Ela sabe dividir as sílabas gente. Coisa boa. Como é bom-ruim crer e descrer na humanidade. Dá para fazer várias coisas produtivas, ouvir Horace Silver – Song for my Father, acreditando que você está bem assim, com seus papeis e livros. Que gracinha essa música, melhor do que tudo que temos por ai, tirando Chico e Bethânia e o povo do tempo deles. Queria falar da música nova da Bethânia, mas esse Silver, gente, que talento, vou esperar ele acabar, ai falamos. Temos tempo, o bar não fecha, a estante está cheia, a garrafa -nem tanto. Pausa aqui. Silver, seu lindo. Acabou, agora podemos mudar de assunto, porque a música desconcentrava, dá vontade voltar, mas ai o texto não termina. Puta merda, começou outra pra quebrar as pernas, Coltrane – My Favorite Things, belíssima. Vou ter que falar da talentosa no meio desses fofos, então lá vai, Betha cantou uma música chamada Mortal Loucura, o que é isso? Escutem. Você vai atingir a felicidade em segundos, por entender o que ela fez com as palavras, depois você fica se achando o máximo da inteligência, depois você só presta atenção na voz mesmo, que já é o suficiente né? Por Deus. Odeio quando pegamos o copo com algo gelado dentro e vamos levá-lo a boca e o suor da caneca fica pingando na calça, tem que resolver isso. Não teve mesóclise ainda: fazê-la-ei. Texto longo: terminá-lo-ei. Foi bom.


LG

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