sexta-feira, 25 de novembro de 2011

.Para mim foi um último fracasso e deserção.

E fora uma despedida de fugitivo e vencido, uma declaração de falência ante mim mesmo, uma despedida sem consolo, sem supremacia, sem humor. Da mesma forma que um paciente de úlcera estomacal se despede do leitão assado. Furioso, corri sob a luz dos lampiões, furioso e com uma tristeza mortal. E assim sendo, aquela comédia tinha de acabar hoje mesmo. Vá para casa, Harry, e corte o pescoço! Chega de esperar! Corri pelas ruas de um lado para outro, impulsionado pela miséria. Nada me restava de tudo aquilo, nem sequer o arrependimento.

HESSE, Hermann. O lobo da estepe. RJ: Record, 2007. (p.94-5)



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