sábado, 19 de março de 2016

Se não fosse Joyce, poderia ser Aristóteles.

Ao seu cotovelo um siamês delicado esmiuçava um tratado de estratégia. Nutridos e nutrientes cérebros ao meu redor: sob lâmpadas incandescentes, pingentes com filamentos pulsando desmaiados: e na escuridão de minha mente uma preguiça do inframundo, relutando, avessa à claridade, remexendo suas dobras escamosas de dragão. Pensamento é o pensamento do pensamento. Claridade tranquila. A alma é de certo modo tudo que é: a alma é a forma das formas. Tranquilidade súbita, vasta candescente: forma das formas. Parou para ouvir o pensamento. Tendo-se lembrado que sobre os corações covardes paira uma sombra. (p.38)


JOYCE, James. Ulisses. Tradução de Antônio Houaiss. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

https://www.youtube.com/watch?v=8L7Xsy7fBPw

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