quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

.O verde cor de mar.


Quando cheguei era tarde. Alfred me esperava sentado no sofá com uma cara que ia entre o desconforto e o sono. Mas por que? Ele indagada. Por que agora? Por que hoje? E a garota rosada, seus passeios ao ar livre, a biblioteca, etc. Era como uma bronca. Tudo encaminhava para uma conversa pesada e triste em tom de discussões caseiras. Alfred, escute querido, não dava certo. O quarto era desconhecido, eu não tinha um canto para proteger as costas, e ficaria sem os abraços dela. Ah! Minha senhora, eu lamento. Tudo deve passar em um tempo possível, as coisas, por mais ruins que se mostram, costumam trazer bons ares. Obrigada, disse complacente. Ele estava tentando. Por isso tentei explicar: foi incrível em todos os aspectos, hoje eu me conheço melhor, conheci algumas coisas que mal posso te contar, para não invejar as minhas andanças. Não posso dizer que queima o coração ainda, mas queima todas as outras partes, o coração, esse sente, sempre que começa a despedida.  O coração até evita certas aproximações de tantos esparadrapos.  Mas foram horas incríveis, vés meu cansaço? Tem um pouco de abatimento e sonolência, mas todo o resto foram das horas inigualáveis. Alfred, pegue o vinho. Sente-se. Sirva-se comigo. Você precisaria conhecer os olhos, gostaria deles, tenho certeza. A pele, você poderia conhecer a pela e todos seu cheiro. As risadas é de fazer rir junto, é uma risada jovial, de quem ainda sofreu pouco. Os assuntos não param porque ela não consegue, emenda um no outro. E quase sempre sobra uma safadeza aqui e ali, estou rejuvelhecendo, mesmo que agora esteja morta. Senhora, precisa dormir. Realmente precisava, esta a ponto de despencar ali mesmo, mas era tantos olhares guardados, tantos sentimentos vividos que ficaria em vigia contando os detalhes, simples, sortidos, elegantes, líquidos, gozosos, devotos, de uma coisa que talvez se chame recomeço.

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