segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

.Sonho de crocodilo faz parte do chão.

Cá estou. Tomando chá de cadeira em uma sala vazia. Já não importa a forma, a norma, a técnica. Nesse tempo que o importante é ser. Já não importa a métrica. Ninguém entende. Os autores ficaram assim, todos incompreendidos. Os leitores mortos, mesmo que vivos. Já não existe vergonha e erro, o que importa é ter. Sabe-se lá das coisas, entende-se muito pouco. Importa a ilusão. E os anos passam, a vida passa, e o que importa é o vão. Esse escuro entre o hoje e um outro qualquer coisa que venha. Aquela ânsia passou, passaram todos. Já não existe senão. Todos se encurtaram, se arrasaram, beiraram o chão. O que era poesia, virou prosa. Também não importa. Importa o ontem, as lamurias, o não feito. Importa a pena. Importa que sintam, mas não. O hoje passa. O amanhã é longe. Resigna-se.

LG

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