Digamos que muitos ficaram felizes
com o fim do meu diário moderno. Outros não. Porém, a felicidade, ou
infelicidade de alguns, acabou hoje. Estamos de volta. Fredinho e eu. Li
muito nas férias, coisa que ajuda a colocar as ideias no papel, outras interferências
literárias, outras músicas. As divas continuam, Betha e Hilst estão como sempre
aqui, na parede, nos seus devidos lugares. Dona Canô se foi e não é necessário
escrever nada melodramático, soltar um “coitada, gostava tanto de viver”. Sabe
por que? Em uma entrevista, Niemeyer, que também se foi, quando feito uma
brincadeirinha sobre ele viver muito ainda, o arquiteto atropelou a
entrevistadora e soltou uma frase maravilhosa que dá margens para compreender a
situação, ele disse: me respeite, e respeite a minha velhice, a maior tristeza
do mundo é ser velho, ver as pessoas que você ama morrerem todas, uma a uma.
Acabou a entrevista. Então, respeito a velhice alheia e deixo as pessoas
morrerem, as outras vidas emergirem, no final é vida para a matéria, é tudo matéria.
O texto de boas vindas era pra ser mais feliz e floral, mas e daí? Tenham um
bom dia.
LG
2 comentários:
Eu estava com tanta saudade desse espaço.
Vai saber se foi o tempo que tirou você daqui, ou os compromissos, ou o que quer que seja. A única certeza é a falta das palavras.
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