Só teve certeza que estava no local certo quando ouviu as batucadas. Amedrontou-se. Quando vieram ao seu encontro aclamaram um ‘oba-bate-de-ori’, nada compreendeu, tão pouco alguém compreenderia. Sua avó dizia que caso buscasse a cura deveria seguir mais a frente, ao encontro dos candomblés nagôs, foi o que fez. Ela estava mesmo era ababelada com tudo aquilo, como aconteceu com aquele povo quando BABEL veio a baixo, ababelaram-se. Se fosse outra cultura, indígena talvez, como os milhares de tupis, dir-lhe-iam que estava com o Abaçai no corpo e que os espíritos malignos a enlouqueceram. A noite que a moça desejava que terminasse logo caia sem muita pressa, vacilante e frouxa.
Quem sou, sinceramente, estudante de sociologia, daquelas pessoas que para sempre terão que conviver com a pergunta da vizinha: mas o que você faz mesmo? Leitora viciada e jogadora de xadrez aposentada.
Nasci para escrever. A palavra é meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que, foi esta que eu segui. Talvez porque para outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós.
Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas" Clarice Lispector
Nenhum comentário:
Postar um comentário