"E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar
toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos."
3 comentários:
Esse poema realmente é lindo, você fica lendo o dia todo? Como funciona?
kkkkkkkkkkkkk
esse fica lendo o dia todo foi boa ....
realmente o poema é muito bom, não posso discordar ... tem um site que depois eu preciso te passar, de criticos literarios ... me lembra ....
drica
bjos pequena
Luana é fabulista?
fabulosa?
fábula?
Semblante lépido, sorriso falante. . . que reverbera, e revela os desígnios invisíveis da consciência reflexiva que encanta, mesmo que à distância,
no vazio contemplativo do sujeito observador que conjectura sobre o objeto. . . Ah!!!! esses passos vagarosos de costume, não aquele vagar arrastado dos preguiçosos, mas um vagar calculado e deduzido,um silogismo completo, a premissa antes da consequência, a consequência antes da conclusão!(À maneira de Machado . . .)
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