terça-feira, 26 de julho de 2016

.Uma viagem entre Homero, Pokémon e a escola sem partido.


E o que é ideologia afinal de conta? É como aquele começar de um texto que não se sabe narrativo, descritivo, metafísico, teórico e o caramba todo. Ai você vai e escolhe um modelo. Talvez ideologia, no mais diminutivo de tudo, é se posicionar sobre a coisa. Seja ela qual for. Você vai lá descobre o assunto e se coloca nele, pra menos ou pra mais, pra um lado ou para outro, com os argumentos que conseguir, mas se coloca nele. Como exemplo o fato de não ter o que escrever esses dias todos, o não dito, é uma questão ideológica das maiores. Depois você volta e escreve se quiser, se não quiser não escreve. E defende depois o porquê disso tudo. É isso, ou pelo menos deveria ser isso. Nem deveria ser esse o foco, mesmo porque teremos que pegar todo o eixo filosófico e justificar o que é ideologia, para, só assim, fugir do senso comum. Mas, quem quer isso? Deus nos livre, ainda é férias. Era pra ser um texto sobre fazer textos, ou algo menos esquisito. Uma coisa bem aleatória que combinasse com The Doors e a televisão lá no fundo. E foi começar por onde? Pela encrenca do conceito. O que dá todo o direito de mudar o texto no final, por que não? Esses dias em uma mesa, sem assunto, resolvi falar da Ilíada de Homero e de Príamo, Helena, Menelau, Helena de novo. Parecia uma coisa desinteressante, não pra mim, porque eu que puxei o assunto, mas foi escorregando o tema, caiu em religião e virou terra de ninguém, até acabar em Iluminati (nessa hora eu já havia abstraído). Ideologia isso. Não sei se da classe dominante ou da dominada, teria que voltar a Marx, Bourdieu diria que como estamos no campo do capital cultural é coisa da classe dominante, Marx diria que se for da classe dominante é um mecanismo para manter o controle sobre a classe dominada, conclui-se que: minha intenção de falar sobre os Troianos, os Gregos e o Olimpo era um papinho bem de direita. Não é nada legal ser de direita, quando você não escreve de dentro do seu Iate na costa do Caribe. Que tédio essa direita. Quanta besteira. No final o que importa é desbravar os mares por amor, como queria Homero. Talvez ele só quisesse narrar a guerra mesmo. Resumindo. Amar uma Helena e acabar com Ílio, Tróia e quem estiver pela frente, esfregar na cara de todo mundo que a viagem foi, um tanto quanto destrutiva, mas, nada que o Olimpo não possa reconstruir e a beleza de Helena não possa abafar. Queria só ver. Dia desses, pra terminar em ironia, se bem que ironia boa não se anuncia, apenas é contada e pegue quem pegar. Vi umas fotos de uma professora que está passeando pela Grécia, fotos fantásticas, uma delas ela fotografou o parlamento grego, Hellenic Parliament, coisa linda, a praça cheia de gente, como na boa e velha Ágora, cheia de jovens. Quando, para minha grande decepção, encontrei na legenda: jovens esperando Pokémon, ao fundo parlamento Grego. Minha professora é foda, complicado é essa geração sem ideologia ai, ainda querem uma escola sem partido, como se adolescentes não soubessem o que é melhor pra eles ou que Pokémon seguir. #foratemer

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pelo texto! Realmente muitos filósofos tinhm suas mentes abertas para o mundo! Afinal a ideologia foi o melhor senso crítico para eles, mas hoje em dia é utilizado esse senso crítico filósofico no nosso país?

BM disse...

#ForaTemer
O problema é que cada um e cada uma já escolheu o seu pokemon e entrou na pokebola dele. Não querem receber informações. Há um medo de começar enxergar além de um palmo à frente do nariz e ter que mudar de ideia...

#ForaSerra
#Opresauénosso