quinta-feira, 22 de julho de 2010

.Eu sou seus ouvidos.

Existem perspectivas e análises diferentes, fato. O necessário é nunca dar as costas para os outros pontos de vista, mesmo porque a chance de estarmos errados em nossas teorias, em nossos recortes, em nossas interpretações é enorme. Sabendo disso ontem fui alertada por uma “muito amiga minha” que, às vezes, quando escrevo, não coloco muito de mim, mas sim, quase sempre, uma pequena parcela do que eu quero passar. Verdade isso. Então vejamos, quando passei a imagem da “casa dos pais” e das férias nela, fazendo um recorte monótono e pouco admirável, não pensei em basear todas as férias ou o todo que simboliza a “casa dos pais” como algo pejorativo. Longe disso. A casa dos pais - e a maior permanência nela - é necessário para recarregar as energias, reviver as raízes, contar estórias, ouvir estórias mais do que contá-las e ser você mesmo. Eis que aqui encontra-se o exercício inverso do texto anterior. Seria esse espaço “a casa dos pais” um lugar para ouvir, muito mais do que falar, para aprender, antes de informar e para interagir, ao invés de discursar. É o movimento - ao nos reconhecermos iguais ou menores e passíveis de aprendizado -, que legitima a necessidade que temos de estar ao lado das pessoas que consideramos insubstituíveis. Desse modo, só a consideração e a leitura atenta, de uma pessoa que admiramos, é capaz de fazer com que as coisas cresçam, sem medidas e proporções, culminando em uma melhora inevitável.

Lg

Um comentário:

Anônimo disse...

Aqui, minha querida, nessa paisagem que "só nós conhecemos", a disposição em ouvir-te e ler-te atentamente nunca tardará, nem tão pouco ousará se portar vulgarmente.

Ás vezes, minha "muito amiga minha", há rigidez nas leituras, fato, como bem você me disse hoje ao telefone (com aquela voz tão sua, tão particular), mas é inevitável, sendo a compreensão e apreensão algo tão profundo, tão íntimo, tão nosso.

Creio, minha cara, que nada disso é pretencioso, muito menos tendencioso, pois "só nós sabemos" a beleza com que o respeito se faz alicerce e a tudo concretiza.

Para finalizar, um pouco mais informalmente, meu bem, não há ouvidos mais íntegros que os seus para as minhas palavras, minhas confissões, minhas teorias, minhas bobagens. E cada palavra professada de sua boca é sempre edificante. Parafraseando o poeta,

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Existem coisas, meu amor, que "só os gregos sabem", e outras, que só nós possuímos a ciência.