sábado, 18 de outubro de 2014

.Não vem.


Um querer viver trancado o corpo em silêncio o som sem se ver desejo de estar além sair na rua ver fogo fogo foge do ar notar nem pensar querer solidão de manhã os pássaros parece uma flauta essa palavra mesmo eu coloquei depois que ouvi melhor assim fi fi shhh sinestésico o sono vai passar a onomatopéia sem querer o erro sombras severas aconteceu em outubro o tempo corre corra corra dê a volta vou com você de estar na sala o quarto ficou pequeno minha solidão o querer toma tempo deves? perguntas me perguntas te moves? a morte estranha ao lado de todos a nuvem de poeira a terra que vai me enterrar segredo de estar aqui e ali acolá cabelo unha boca pé? como fica? quer saber saudade você imensidão de saudade um banzo eu arrumo essa insônia tudo deixo para lá um porta-retrato retratos em branco e preto.

domingo, 5 de outubro de 2014

.Quanto o assunto é eleição mediocridade é palavra bonita.


Credo! Quanto mais você viaja Brasil adentro mais entra em contato com o povão famélico, desdentado e mirrado. Na TV anda tudo colorido e explodindo de alegria, acabou? Um amigo meu foi para o Ceará e passou os dias chorando! As crianças todas tortas, todos pedindo comida sem parar... e 500 toneladas de farinha apodrecendo. Nossas vidas ficaram dilatadas de significado, mas, mesmo assim, hoje se dá feliz tudo, se ri e comemora. O simbólico camufla a desgraça, que como sempre é fraca para competir com tanta alegria. Feliz o que mesmo? Feliz mediocridade!
LG

sábado, 4 de outubro de 2014

.A primavera sempre restauradora.


Uma vez ouvi que amor só existe um,
fui levada,
na hora,
a acreditar,
depois neguei,
com todas as forças,
não nego mais.

Eu estava no aguardo. Esperei que a amoreira ficasse roxa, ficou, desgalhou, e te trouxe para perto. Para sujar o tênis, pintar os dedos, sorrir colorido.
Se Guimarães me permite, amor é o que vive na cabeça da gente.

LG